Bem, o blog tava abandonado há tempos. Resolvi reatar minha relação com ele. Sinto que isso aqui é muito mais pra mim do que pros outros, mas as opiniões, as ideias e até os xingamentos são bem vindos sempre. Poesia não resolve nada, pelo contrário me inquieta. Esse é o ponto.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Manual do Culto
Lê Machado de Assis e se possível decores alguns fragmentos marcantes e insira-os em uma conversa informal.
Em toda situação, carregue um livro, de preferência raro.
Tem tu um gosto peculiar pra música. Jamais normal. Conheça tudo, repugna tudo. Terás assim um olhar crítico admirável.
Escreve alguns poemas sem o menor sentido. Ao reconhecerem a sua autoria atribuir-lhe-ão sentido à poesia que jamais imaginaste outrora.
Não faças piada, a menos que seja do tipo que ninguém seja capaz de entender. Na dúvida não faça. E jamais rias de gracejo alheio. Do contrário, ignora. Mais ainda, faze-o percerber a tua superioridade.
Cria um blog. As pessoas adorarão admirar a tua suprema intelectualidade.
Não tenhas religião. Sejas tu o teu próprio culto. O teu próprio deus.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
EXTREMOS
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Verso em branco
Por que me calas pensamento?
E o papel em branco.
Se não há nada a dizer o que dizes?
Sopro da alma, inquietação
Mesmo sem ter nada, alguma coisa há
Assim me invento e me recolho
a calados versos em branco
E a tinta não sai!
Escrevendo, escrevendo...
E não dizendo nada
Verso em branco!
domingo, 8 de agosto de 2010
O SONO
terça-feira, 27 de julho de 2010
SEXO EXPLÍCITO
PS: Contribuição generosa do grande amigo André dos Santos (coleraverbal.blogspot.com)
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A Mulher ideal
terça-feira, 13 de julho de 2010
A MORDAÇA
terça-feira, 29 de junho de 2010
É direito ser Humano?
Todo ser
sexta-feira, 18 de junho de 2010
O Grito
Escrevo por não saber o que dizer
escrevo por não saber falar
digo o que não queria
mas escrevo pra que?
se não faz sentido
se não há ouvido
se nem tenho vivido
melhor é me calar
e me esconder (quem sabe)
atrás de um verso
afinal quando digo assim
não sou eu que digo
mas parte de mim
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Diário de um cabeçudo
Nasci em meio a muitas dificuldades, melhor dizendo, com muito esforço. Levei a falência o Hospital Santa Rosa, em Niterói, devido a enorme quantidade de faixa que foi utilizada para curar um ferimento na cabeça. O rombo nos cofres do hospital foi tão grande que ele nunca conseguiu quitar a dívida com a fábrica de faixa. Vinte anos após o meu nascimento o hospital não resistiu e faliu. Encarei uma série de processos por causa disso.
Cresci com dificuldade de andar, devido ao desequilíbrio cabeçal. Quando criança, jogando basquete, constantemente minha cabeça era quicada por confusão dos meus amigos. Minha mãe adorava o tamanho do meu crânio, pois não precisou comprar bolsa de feira. Ela usava o meu bonezinho para fazer as compras do mês. Com o tempo fiquei famoso e era conhecido por diversos nomes como: Moringa, racha-poste, maracanã, pirulito, fósforo, balão, cabeça-de-nós-todos, cabeça de jerimum, cabeça de alho entre outros.
Ainda na infância eu entrei pra uma banda marcial, na qual se usava um chapéu muito maneiro. Porém, não havia chapéu pro tamanho da jaca que eu possuía por sobre os ombros. Na primeira apresentação estavam presentes todos os meus familiares, equipados com câmeras e todo o arsenal para registrar aquele incrível “mico”. Eu consegui uma proeza: Tocar, marchar, e equilibrar o chapéu ao mesmo tempo. Mas tarde viram que aquilo estava ridículo e resolveram fazer um chapéu sob medida com 150 cm de diâmetro, ficou um pouco apertado, mas entrou.
Bem, eu cresci e finalmente descobri o meu espaço. Fui jogar futebol de índio (é aquele mesmo das cabeçadas). Bati o recorde do chute (cabeçada) mais forte. Cabeceava a 110 km/h (quase um Roberto Carlos com a cabeça).
Hoje eu sou líder do CA (Cabeças anônimas), onde ajudamos as enormes cabeças a lidar melhor com esse mundo preconceituoso para com nossas melancias. Também faço parte do projeto “Faça uma cabeça feliz”, onde fazemos campanhas para que as empresas de boné, chapéu, touca e outros objetos de por na cabeça, façam seus materiais com tamanhos compatíveis com nossas bigornas. Já conseguimos grandes avanços como alguns bonés e toucas com 1 m de diâmetro. Mas ainda não conseguimos atender a todos os portadores da MCLA (Massa Cefálica Levemente Avantajada). Mas estamos na luta. Enfim, essa é minha história e a de muitos também. Deixo aqui o meu apelo:
DIGA NÃO AO PRECONCEITO CABECEICO!
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Drummond
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?