O dedo cutuca o bom cético:
É o pior inferno, tom frenético.
Se digo que cutucas, te aborreço,
então calo-me, respiro, eu mereço
E por que cutucas este dedo?
Nervoso, parece-me com medo
Pois devolvo-te o cutuco abonado
Com mais força me sinto vingado
Dedo, dedo, maldito sejas
És grande, branco, pálido,
que medo!
Que não sejas infinito,
posto que inflamas,
Mas que seja mortal
e não me fure.
Bem, o blog tava abandonado há tempos. Resolvi reatar minha relação com ele. Sinto que isso aqui é muito mais pra mim do que pros outros, mas as opiniões, as ideias e até os xingamentos são bem vindos sempre. Poesia não resolve nada, pelo contrário me inquieta. Esse é o ponto.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Instantes imprecisos
Andando vou seguindo sempre insento
Profundos mares se agitam em pranto
Surge no alto monte é sempre espanto
Nesse abismo que se chama pensamento
Gosto de nada, num profundo lamento
Vazios extremos, nem mesmo um canto
Procuro um alguém, uma espécie de santo
Melhor calar-me no escuro sentimento
Mas como os sentidos vão se perdendo
Razão, direção, profundidade, intento
sugerem que o tempo está morrendo
E como não sou de viver de momento
Morro de súbito claro, remoendo
choros passados, futuro pavimento
Profundos mares se agitam em pranto
Surge no alto monte é sempre espanto
Nesse abismo que se chama pensamento
Gosto de nada, num profundo lamento
Vazios extremos, nem mesmo um canto
Procuro um alguém, uma espécie de santo
Melhor calar-me no escuro sentimento
Mas como os sentidos vão se perdendo
Razão, direção, profundidade, intento
sugerem que o tempo está morrendo
E como não sou de viver de momento
Morro de súbito claro, remoendo
choros passados, futuro pavimento
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