Andando vou seguindo sempre insento
Profundos mares se agitam em pranto
Surge no alto monte é sempre espanto
Nesse abismo que se chama pensamento
Gosto de nada, num profundo lamento
Vazios extremos, nem mesmo um canto
Procuro um alguém, uma espécie de santo
Melhor calar-me no escuro sentimento
Mas como os sentidos vão se perdendo
Razão, direção, profundidade, intento
sugerem que o tempo está morrendo
E como não sou de viver de momento
Morro de súbito claro, remoendo
choros passados, futuro pavimento
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